Depoimentos

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Lembro como se fosse hoje o primeiro encontro que tivemos com Adriana, decisivo em nossa carreira. Fazia frio em São Paulo e estávamos ansiosos para recebê-la. Fernando havia a conhecido recentemente durante uma palestra em São Paulo – feita pelo designer inglês Danny Lane junto à respeitada crítica de design Maria Helena Estrada – e as convidou para conhecer nossa casa-oficina, no bairro do Sumaré. Queríamos apresentar à ela e Maria Helena um conjunto de mesas e de cadeiras de ferro bruto, que ocupava toda nossa garagem. Elas testaram os produtos in loco e, da sensação produzida pela experiência, batizarem a coleção no ato: ‘Des-confortáveis’. Sem meias palavras. Esta não foi a única surpresa daquele dia. Também fomos convidados para nossa primeira exposição, que aconteceu na icônica galeria Nucleon 8, mantida por Adriana na Alameda Ministro Rocha Azevedo, nos Jardins. Acredito que o componente cenográfico da coleção, diria até teatral, que se ligava muito à luz, fascinou Adriana de imediato. Com o tempo nos tornamos amigos, dividimos muitos momentos e reflexões pertinentes. Ela e Maria Helena nos fazem muita falta. Para nós, desde daquela tarde de inverno, elas passaram a funcionar como uma espécie de farol”, conta Humberto. “Adriana era uma mulher corajosa, inteligente. Definitivamente, colocou o design brasileiro no mapa“, conclui Fernando.

Fernando e Humberto Campana, designers

“Adriana foi uma personalidade inesquecível, um gênio do design, além de uma amiga e uma parceira incrível em diversos projetos. Acompanhei bem de perto boa parte de suas fases. E olha que foram muitas, com trabalhos com resultados sempre incríveis! Suas luminárias de fios aparentes, seus pisos especialíssimos feitos com resina… Muitos momentos de pura criatividade. Todos, sem dúvidas, brilhantes.

Brunete Fraccaroli, arquiteta

BRUNETTE
LEO

Adriana Adam fez parte da minha história, da minha vida e sem dúvida de todo meu processo criativo. Quando trabalhávamos juntos, era a única pessoa que conseguia me entender e embarcar em minhas viagens. Mergulhava tão fundo em meu imaginário que sempre ia  além do que eu poderia esperar. Foi uma designer talentosa,  visionária e sensível. Graças a nossas parcerias criativas, acabei conquistando uma amiga de verdade e que ficou para sempre em meu coração. Me sinto extremamente feliz com o fato dela ser lembrada, homenageada e ganhar um prêmio com seu nome. Tenho certeza de que o trabalho dela, ainda hoje, se colocarmos em qualquer lugar, seria considerado inovador e de vanguarda.  Adriana foi um exemplo e é um nome importantíssimo na história do designer brasileiro.”

Léo Shehtman, arquiteto

“Lembro de Adriana como uma pessoa muito entusiasmada com a inovação no design. O exemplo mais emblemático, para mim, é o fato de ela ter aberto espaço, em sua galeria Nucleon 8, para apresentar uma série de móveis totalmente “fora da caixa”, criados por dois irmãos na época desconhecidos: Fernando e Humberto Campana. Inaugurada em junho de 1989, a mostra Desconfortáveis (organizada juntamente com Maria Helena Estrada) marcou o início do reconhecimento da dupla de designers.

Winnie Bastian, jornalista

WINNIE
ARi

Adriana era o futuro. Tinha uma visão do que poderia acontecer, do que estava por vir. A considero uma espécie de sinônimo da vanguarda do design brasileiro, seja pelo seu caráter inovador, seja por sua preocupação constante em descobrir novos talentos do design nacional. Os anos dedicados à Nucleon 8, assim como à Arquitetura da Luz, foram definitivos neste aspecto. Adriana foi também uma grande amiga. É difícil conter a emoção ao falar dela. O apartamento onde morava, na Avenida Angélica, em São Paulo, era algo emocionante. Um prédio antigo que, quando você passava pela porta de entrada, enxergava o futuro. Os banheiros eram revestidos com chapas de alumínio. A iluminação era feita por meio de lâmpadas que pendiam de fios aparentes e, as paredes, com estuque veneziano. Tudo muito especial. Como tudo o que ela criava.”

Ari Lyra, arquiteto

“Com a meiguice no olhar e entusiasmo contagiante pelo belo e pelo novo, Adriana sacudia o mundo à sua volta! Era intensa e transitória e tudo se iluminava diante do efêmero instante da criação, mas este entusiasmo a deixava exausta! A sedução era ininterrupta e a vontade de surpreender não cessava! O propósito de criar levavam-na a descobrir talentos e através destes talentos criar suas próprias oportunidades. Não tinha rotina, tinha desafios, um trabalho duro para encontrar saídas e soluções.Amou e foi amada, e este sentimento nunca deixou de existir para quem teve o previlégio do convívio!

Consuelo cornelsen, arquiteta

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